
A retomada das capacitações para profissionais da saúde, realizada em agosto pelo Banco de Tecido Ocular Humano (BTOH) de Volta Redonda, já apresenta resultados positivos. Somente neste mês de setembro, a unidade contabilizou oito captações de tecidos oculares, realizadas no Hospital São João Batista (HSJB), onde o banco funciona, e em outras unidades da rede de abrangência, incluindo municípios como Resende e Nova Iguaçu.
As doações mais recentes ocorreram na última terça-feira (16), no próprio HSJB e no Hospital da Fundação Oswaldo Aranha (H.FOA), ambos em Volta Redonda. Após análise de prontuário e entrevista com familiares, as equipes do Banco de Olhos conseguiram autorização para a captação dos tecidos de dois homens, de 58 e 72 anos.
No início do mês, o HSJB já havia registrado outras duas doações bem-sucedidas. Para o diretor-geral da unidade e vice-prefeito de Volta Redonda, Sebastião Faria, os números mostram o impacto das ações de conscientização e capacitação.
“Fico muito feliz em ver que estamos no caminho certo. Foram três captações em menos de 20 dias no hospital. Isso comprova a importância do trabalho da nossa equipe do Banco de Olhos e da CIHDOTT”, destacou.
As demais doações vieram por meio de notificações do Hospital Municipal de Emergência Henrique Sérgio Gregori (Resende), Hospital Santa Cecília (Volta Redonda) e Hospital Estadual Dr. Ricardo Cruz (Hercruz), em Nova Iguaçu.
Ao todo, o BTOH de Volta Redonda encaminhou à Central Estadual de Transplantes (Rio Transplantes) 16 córneas e 16 escleras, que podem beneficiar até 32 pessoas da fila única do estado. Antes disso, os tecidos passam por processamento e análise sorológica no laboratório da unidade.
Capacitação é peça-chave para ampliar doações
A coordenadora do BTOH, enfermeira Daniela da Silva, destaca que os treinamentos são fundamentais para o sucesso das captações.
“Capacitar os profissionais das unidades da rede é uma das ações mais importantes. Trabalhamos temas como identificação de doadores, acolhimento às famílias e os aspectos legais e éticos da doação”, explica.
O objetivo é fortalecer a rede de captação e transplantes de córneas no estado e oferecer esperança a quem espera por uma nova chance de enxergar.
Além disso, a equipe do Banco de Olhos tem investido em ações educativas. Neste mês, participou do Encontro Estadual de Fomento à Doação de Órgãos e Tecidos (EnCihdott 2025), realizado na Uerj, e segue promovendo visitas técnicas ao banco, abertas a estudantes da área da saúde e à comunidade em geral.
Dentro da programação do Setembro Verde, campanha nacional de conscientização sobre doação de órgãos e tecidos, a coordenadora do BTOH também participa de simpósios organizados pela Faculdade Estácio.
Como ser doador
Qualquer pessoa entre 10 e 80 anos pode ser um potencial doador de córneas. Para isso, é essencial comunicar esse desejo à família, já que apenas os familiares podem autorizar a doação após a morte.