Em uma nova etapa da Operação Rastreio, o Governo do Estado do Rio de Janeiro desencadeou, nesta segunda-feira, a maior ofensiva já registrada no país contra roubo, furto e receptação de celulares. A ação, conduzida pela Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), cumpre 132 mandados judiciais em 11 estados, com o objetivo de desmontar um esquema nacional de desbloqueio e reintrodução de aparelhos de origem ilícita no mercado.
As diligências ocorrem de forma simultânea no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Alagoas, Pernambuco, Maranhão, Piauí, Pará e Rondônia.
O governador Cláudio Castro afirmou que a megaoperação reforça o compromisso do Estado em enfrentar o crime organizado e proteger a população.
“A Operação Rastreio evidencia nosso compromisso em garantir que o cidadão não se sinta vulnerável. O celular hoje é um dos bens mais valiosos, pois carrega dados pessoais. Vamos ampliar essa iniciativa com tecnologia e estratégia para cortar o mal pela raiz”, disse.
A ofensiva conta com apoio das Polícias Civis dos estados envolvidos e do Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Senasp e da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi), que coordenaram a articulação nacional entre as polícias judiciárias.
Rede nacional de desbloqueio
A investigação começou após a prisão de um criminoso apontado como especialista em desbloqueio de celulares, que inclusive ministrava cursos online sobre o tema. A partir dele, os agentes identificaram uma rede de “clientes” espalhada por diversos estados.
Os alvos da operação são usuários recorrentes do serviço ilegal, responsáveis por fornecer aparelhos roubados para desbloqueio. Também estão na mira suspeitos que atuavam na revenda dos celulares, buscando dar aparência lícita a equipamentos obtidos de forma criminosa. Parte dos mandados são cumpridos em lojas, quiosques e boxes comerciais.
Segundo os investigadores, alguns envolvidos usavam o desbloqueio para acessar dados sensíveis das vítimas, abrindo contas bancárias ilegais, realizando empréstimos fraudulentos e desviando valores.
O secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, destacou o impacto da operação.
“Essa é mais uma etapa de um trabalho de inteligência desenvolvido ao longo de meses. Estamos desarticulando a maior rede interestadual do Brasil especializada em roubo de celulares”, afirmou.
Resultados da Operação Rastreio
Considerada a maior iniciativa do Rio de Janeiro contra crimes envolvendo celulares, a Operação Rastreio já contabiliza mais de 10 mil aparelhos recuperados. Desse total, 2,8 mil foram devolvidos aos proprietários. As ações também levaram à prisão de mais de 700 suspeitos, incluindo autores de roubos, furtos e receptadores.