O Grupo de Estudos de Segurança Pública (GESP), idealizado pelo deputado federal General Eduardo Pazuello (PL-RJ), tem se consolidado como um importante fórum técnico de discussão e formulação de políticas voltadas ao combate à criminalidade no Estado do Rio de Janeiro. O grupo reúne desembargadores, juízes, promotores, procuradores, delegados, advogados, militares e representantes da sociedade civil, como o Sindicarga — sindicato que representa as empresas de transporte de cargas, um dos setores mais atingidos pelo avanço do crime e do roubo de mercadorias nas rodovias fluminenses.
Com uma atuação que já ultrapassa dois anos, o GESP tem como objetivo central analisar o cenário de violência e as fragilidades da legislação penal e processual penal brasileira, que muitas vezes permitem que criminosos de alta periculosidade retornem rapidamente às ruas após a prisão. O grupo já elaborou 22 propostas de alteração legislativa, das quais algumas se encontram em fase avançada de tramitação no Congresso Nacional, aguardando votação no plenário da Câmara dos Deputados.
Pesquisas recentes apontam um dado emblemático: 85% dos moradores de comunidades dominadas pelo tráfico apoiam ações diretas de combate às facções criminosas. O número desmonta o discurso de que tais regiões seriam territórios de apoio aos traficantes e reforça a percepção de que a maioria dos moradores são trabalhadores e famílias que vivem sob constante opressão.
“O grito de basta ecoa dentro das comunidades e entre os cidadãos de bem, cansados da violência e da ausência do Estado”, resume um dos participantes do grupo.
Na tarde desta segunda-feira, o GESP realizou uma reunião de planejamento estratégico com todas as lideranças que o integram. O deputado General Pazuello apresentou o status de cada proposta no Congresso Nacional e conduziu debates sobre estratégias de comunicação e fortalecimento das ações das forças de segurança pública.
Um dos aspectos que mais chama a atenção é a discrição com que o grupo vem atuando. Apesar do potencial político das iniciativas, Pazuello evitou divulgar amplamente os trabalhos até que os projetos ganhassem maturidade no âmbito legislativo.
“Eu preferi não divulgar o que estávamos fazendo. Mesmo que me desse visibilidade, essa mesma exposição poderia criar dificuldades políticas para a aprovação das propostas. Antes de ser deputado, eu sou carioca, e estou trabalhando para termos um Estado melhor para todos nós vivermos. Não adianta ser deputado se não tivermos segurança para nossos filhos. A discrição ajudou a coisa a evoluir”, afirmou o parlamentar.
Com uma pauta técnica e foco no fortalecimento da legislação penal e no apoio às forças de segurança, o GESP se consolida como um espaço de diálogo entre o poder público e a sociedade, voltado à busca de soluções concretas para um dos maiores desafios do Rio de Janeiro: a violência urbana e o poder paralelo das facções criminosas.