A importância do urânio para a construção de uma matriz energética mais limpa foi um dos principais temas abordados pelo presidente e diretor de Recursos Minerais da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Tomás Filho, durante sua participação no painel “Minerais críticos, estratégicos e geopolítica: Brasil na transição energética”, na Expominério 2025, realizada no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá.
Ao apresentar a atuação da INB, Tomás Filho ressaltou o potencial brasileiro na produção de urânio e o domínio do país sobre todo o ciclo do combustível nuclear. Ele destacou que apenas dez nações entre os 193 países da ONU possuem essa tecnologia, reforçando a posição estratégica do Brasil no cenário global da energia nuclear.
O dirigente também observou que a fonte nuclear tem ganhado espaço na matriz energética mundial, mencionando que cerca de 70 reatores estão em construção atualmente. Para ele, a energia nuclear é essencial no enfrentamento das mudanças climáticas, por oferecer confiabilidade, baixa emissão de gases de efeito estufa e capacidade de fornecer energia de base. “O mundo tem caminhado de volta para o nuclear”, afirmou.
Sobre os minerais críticos, Tomás Filho explicou que muitos deles estão diretamente relacionados ao urânio, inclusive presentes em rejeitos minerais. Ele destacou a necessidade de discutir regulamentações e novas realidades do setor, e afirmou que a INB tem sido procurada por empresas interessadas nesses minerais. Segundo ele, a estatal está aberta a parcerias que ampliem o desenvolvimento tecnológico e econômico do país.
O painel contou ainda com a participação de Maria de Lourdes Pereira, do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Silvio Rangel, presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (FIEMT), e Alexandre Sion, sócio-fundador do Sion Advogados. A moderação foi conduzida por Thaís Costa, advogada especializada em relações internacionais.
A programação completa da Expominério 2025 está disponível no canal oficial do evento no YouTube.